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“Sem o sensível você não tem acesso ao pensamento, sem o sensível você não dá conta de assimilar conhecimento”

Confira a quinta entrevista da semana, com o prof. Dr. Itamar Paulino no II Seminário Nacional de Epistemologia do Romance

 

por Sara Lelis / Nathália Coelho

 

Primeiro membro do grupo Epistemologia do Romance, o prof. Dr. Itamar Paulino, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) reiterou, em entrevista, que sem a sensibilidade é impossível assimilar o conhecimento, por isso, para o pesquisador, epistemologia e sensibilidade caminham juntas. “A literatura nos ajuda pensar um emaranhado de questões, pois permite-nos pensar certos aspectos sensíveis que por nossa conta própria não conseguiríamos assimilar se não tivessem os pensadores (romancistas)”, evidencia.

Neste sentido, Paulino afirma que suas pesquisas realizadas no Pará têm profunda relação com a Epistemologia do Romance, pois a teoria complexa de análise romanesca pode também, por meio dos mecanismos de compreensão do sensível, apresentar um viés de relacionamento com o outro para além da arte literária. Pensar a sensibilidade foi um aspecto percebido por Paulino durante a elaboração de sua dissertação e tese.

“A Epistemologia do Romance é maravilhosa porque ela trabalha a Literatura romanesca. Mas a medida que eu conversava com o Wilton e depois da minha ida ao Pará, eu percebi que a gente precisava aumentar o leque dessa epistemologia refratária”, explica. Foi assim que as disciplinas de Estética e Hermenêutica entraram na equação, pois o olhar, de acordo com o professor, está voltado para um mundo de incertezas.

No desenvolvimento de suas pesquisas em Óbidos, cidade próxima a Santarém, sede da UFOPA, Paulino afirma que o estudo teórico da ER auxilia a pensar essa zona cultural de maneira profícua. “Conversando com a população local eu vi que eles não tinham a formação acadêmica (que estavam buscando) de compreensão da cidade, […] foi então que comecei a montar projetos de PIBIC para ter pessoas, alunos que pudessem me ajudar, junto a outros professores, a montar um grupo de trabalho na área de cultura, de identidades, de memórias”.

As pesquisas desenvolvidas pelo professor na UFOPA envolvem cultura, recomposição de memória e saúde coletiva. Os planos de trabalham tratam de questões recorrentes na cidade quanto dos hábitos culturais, saneamento e preservação de água.

Não deixe de assistir à entrevista na íntegra no vídeo acima!