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Pensamento mágico e pensamento científico: “a única forma de lidar com isso é esquecer as dicotomias”

Assista à última entrevista da série da semana com a profa. Dra. Florence Dravet, realizada no II Seminário Nacional de Epistemologia do Romance

por Sara Lelis

“Metafísica da Umbanda” e “Pensamento mágico” foram as expressões que marcaram a participação da profa. Dra. Florence Dravet, da Universidade Católica de Brasília (UCB), no II Seminário Nacional de Epistemologia do Romance. Em entrevista, a professora responde a perguntas que tratam da noção do pensamento mágico com o pensamento científico, da sensibilidade artística para se alcançar o pensamento mágico, e das relações de poder entre os saberes presentes também nas religiões.

Em resumo, a professora sugere romper com as perspectivas de dicotomia, de oposição e de embate entre as diversas formas de saber consolidadas entre razão e sensibilidade, objetividade e subjetividade, cientificismo e religião, corpo e alma ou espírito, bem e mal, masculino e feminino. “A única forma de lidar é esquecer as dicotomias. […] Por isso que prefiro, se tiver de falar em em religar dicotomias, eu prefiro falar em corpo e não em espírito, prefiro falar em feminino, do que masculino, prefiro falar em mal e abjeções diversas do que em bem e ideiais”, afirma.

Dravet apresenta como fundamental religar o que foi conceitualmente fragmentado, mas não desqualifica a fragmentação do conhecimento. Afirma que ela é necessária para se conhecer cada coisa, porém é necessário também o esforço de reconectar o que une o conhecimento. O que a professora define como poético, por exemplo, embasa sua concepção. Ela sustenta que na atividade artística se dá forma à apreensão sensível e, nesse âmbito, não há barreiras.

Perguntada sobre as relações de poder e sobre como rompê-las, Dravet aconselha a negociação. “O caminho da negociação é o mais interessante, e não o de embate. É importante exigir espaços, mas talvez o ideal seja sempre a terceira possibilidade […] é o lugar da negociação”. Dravet se utiliza da metáfora do “caminho das águas” para compreender o que se pode fazer para flexibilizar, desmontar, esmaecer determinadas barreiras sociais.

Não perca a entrevista na íntegra no vídeo acima!