O jornal Correio Braziliense publicou uma série de entrevistas acerca dos mistérios da morte, no último dia de Finados, em novembro de 2018. Além de representantes de diversas religiões, o filósofo e líder do grupo de pesquisa Epistemologia do Romance Wilton Barroso Filho também deu sua opinião acerca do tema.
Confira o trecho da reportagem com a participação de Barroso, escrita pelas jornalistas Deborah Fortuna e Hellen Leite:
Para o filósofo e professor da Universidade de Brasília (UnB) Wilton Barroso Filho, a morte pode ter diversos significados. “A gente morre várias vezes na vida. Morre na infância, quando vira adolescente, e na adolescência, quando vira adulto. Morre para uma fase da vida quando atingimos determinadas idades, e a gente também morre para um tipo de vida quando faz vestibular”. É um ritual passagem, em geral, sem retorno.
Ainda que haja a tentativa de buscar significados abstratos, para o professor, que é ateu, a morte em si é simplesmente a vida que acaba. Na visão materialista, a consciência emerge do funcionamento de células, órgãos e tecidos. Quando esse mecanismo cessa, cessa também a consciência. “Pessoalmente, acho que eu não vou pra lugar nenhum. Eu vou virar pó. Aspiro ser cremado e ponto final.”
Tal percepção, no entanto, não significa que não exista “vida após a morte” para os ateus. “Eu não rezo para o meu pai e minha mãe (que já morreram), mas eles vivem em mim, e o fato de eles viverem em mim — que nada mais é do que a memória que tenho deles — me faz alguém melhor”, comenta o professor, que também fala da importância da vivência do luto. “É um processo que permite a cada um de nós entronizar os nossos mortos. A gente se torna mais forte, mais humano, quando incorpora os nossos mortos.”
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