Veja a entrevista com a prof. Dra. Eloísa Barroso, do Departamento de História da Universidade de Brasília e saiba a resposta!
Trabalhar com Literatura virou “moda” em diversas áreas, mas é preciso ter cuidado ao tratá-la como fonte em pesquisas acadêmicas, pois, sendo uma área de conhecimento específica, também é dotada de métodos e teorias que a ampara nas reflexões. Assim, é também função do pesquisador conhecer as bases estruturais de análise do objeto literário, não só o objeto.
Esta é uma ressalva feita pela prof. Dra. Eloísa Barroso, do departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Nesse sentido, não basta apenas usar a Literatura, mas saber como usá-la.
“Vejo muita gente tomando a Literatura como uma fonte, como um documento histórico. Não que o documento histórico seja uma expressão de verdade. Ele é a expressão de uma verdade, de uma narrativa. Mas ele comporta determinadas dimensões que não são as do literário. Ou seja, não posso acessá-lo da mesma maneira que acesso um documento histórico.”
Então, como a Literatura pode dialogar com a História?
À medida que, sem manipulações de lado ou ideologia, a Literatura pode expressar as relações do homem com o mundo, além dos documentos oficiais, fazendo emergir vozes e fragmentos submersos.
“Eu posso captar a dimensão de um tempo e de um espaço, enquanto fato social, posto dentro do discurso literário que talvez seja a expressão de uma verdade mais interessante que a verdade posta nos arquivos”, afirma Barroso.
Ademais, Barroso reitera que a História também trabalha com esquemas de representação e comporta não uma verdade, mas “regimes de verdade”, narrativas que constroem verdades.
Sobre Eloísa Barroso
Graduada em Letras pela Universidade de Brasília (1997), Eloísa Barroso tem ainda mestrado (2004) e doutorado (2008) em Sociologia pela Universidade de Brasília, além de doutorado sanduíche em Sociologia pela Frei Universität Berlin- Alemanha (2007).
Professora adjunta da UnB do Departamento de História e cadastrada ao programa de Mestrado Profissional em Turismo do CET/ UnB e ao Programa de Pós Graduação em História da UnB. Tem experiência na área de História, com ênfase em História, Literatura, Oralidade, Memória e Patrimônio, atuando principalmente nos seguintes temas: história, cultura, turismo, literatura e cidade.