Por Nathália Coelho
Entenda o trabalho desenvolvido pelo prof. Dr. Itamar Paulino na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) a partir da Epistemologia do Romance
Membro do grupo de pesquisa Epistemologia do Romance desde a sua formação, o prof. Dr. Itamar Rodrigues Paulino saiu de Brasília para atuar na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e acabou encontrando um mundo novo.
“Tive que fazer alterações nas linhas de pesquisa que eu trabalhava quando eu cheguei no norte do país. Porque lá existe um jeito bastante dissimilar de lidar com a Literatura, com as artes e até com a estética do que acontece aqui na UnB. Eu tive que alterar alguns procedimentos práticos, não necessariamente metodológicos e não necessariamente conceituais”, explica.
De acordo com o pesquisador, no Programa de Pós-graduação Em Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida, na linha de desenvolvimento cultural, foram apresentados novos conceitos vinculantes à ER para conseguir fazer o diálogo do movimento epistemológico do romance com o movimento de cultura que é o foco na Amazônia.
“Não temos a pretensão de universalizar as questões amazônicas. A ideia é discutir e conversar sobre a condição amazônica a partir da literatura”, afirma o Paulino.
Além das perspectivas epistemológica, hermenêutica e estética, Paulino e seus orientandos trabalham também a perspectiva ética em seus estudos. Neste sentido, há ainda uma variação de autores na pesquisa, com foco naqueles que escreveram sobre a Amazônia desde o século XIX.
“Não tem como pegar o escopo bibliográfico da Epistemologia do Romance e aplicar neste espaço geográfico”.
Paulino explica que um dos autores trabalhados – em contestação – é Edward Tylor (1832 – 1917) que faz uma espécie de gradação cultural dizendo que existe o selvagem, o bárbaro e o civilizado, jogando para a Europa o aspecto de refinamento cultural.
“Na Amazônia, existem indígenas, quilombolas, ribeirinhos que tem uma cultura completamente avessa a da Europa e nem por isso deixam de ser refinados do ponto de vista das relações humanas”, diz.
Assim, autores como Inglês de Sousa e José Veríssimo no século XIX e Dalcídio Jurandir já no século XX trazem aspectos culturais amazônicos que contradizem Tylor e revelam outra face da região.
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