Algumas reflexões sobre a importância da troca dialógica entre professor e aluno no processo de ensino-aprendizagem
Por Nathália Coelho
A questão humanística de olhar para o outro é o que falta no ensino de Artes. Esta é a visão do prof. Dr. Luiz Carlos Pinheiro Ferreira, do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília (UnB) que esteve recentemente no Epistemologia do Romance entrevista.
Ferreira conta que, ao ingressar na UnB como professor assistente, sentiu a necessidade de fazer Doutorado no mesmo momento, visto a profundidade da demanda de formar estudantes para a docência.
“Mas o que é estar formado? Na vida, você nunca está formado. A graduação é um primeiro movimento. Por isso, tento trazer coisas novas, sempre preocupado com a urgência do sujeito. Estamos numa via de mão dupla: dois sujeitos que vão de um lado para outro”, explica.
Ferreira conta que “ao olhar para o outro, percebe que ele está produzindo permanentemente uma narrativa, mesmo que não fale”. A troca entre professor e aluno, neste sentido, precisa ser dialógica.
O professor revela que o próprio percurso de análise, na busca de uma auto arqueologia, de pensar em “Quem sou eu?”, reverberou nos seus estudos de narrativa de si no seu processo de doutoramento, com uma tese elaborada pelo movimento autobiográfico e narrativo.
Assim, o pesquisador afirma que “revisitar o processo de escolarização o torna um professor mais presente”. Pois, segundo ele, as narrativas de si se formam também a partir do que recebeu do outro, sobretudo quando atuou na Educação de Jovens e Adultos no Rio de Janeiro.
No IV Seminário de Epistemologia do Romance: diálogos interdisciplinares, ocorrido em novembro de 2019, o prof. Dr. Luiz Carlos apresentou a comunicação “Artes visuais e Literatura: narrativas experienciais, formação e autoformação do sujeito“.
Ao resgatar a experiência de leitura do livro Gato pra cá, rato pra lá de Sylvia Orthof (1984) em seu processo de escolarização, Ferreira articulou questões acerca da produção de narrativas de si em diálogo com o processo formativo e autoformativo do sujeito, em especial, no campo das artes visuais e da literatura.
Para ler o artigo completo do pesquisador, basta acessar os anais do Seminário clicando aqui. Assista a entrevista inteira acima, no vídeo!